sábado, 8 de novembro de 2008

Ricardo Kotscho defende regras claras para o acesso e ofício da profissão de jornalismo


Foto: Cibele Sugano


Ricardo Kotscho, jornalista desde 1964, já trabalhou em jornais, revistas e redes de televisão, já foi Secretário de Imprensa da Presidência da República do governo Lula e hoje sem dúvida é um dos maiores escritor de todos os tempos, pelos prêmios conquistados que com certeza tiveram seu mérito, pelos livros escritos que no total somam 19 obras publicadas e como pessoa, um homem brilhante, simpático, educado e que mais uma vez levou um grande prêmio para casa, dos anteriores como Prêmio Esso e Cláudio Abramo e os dois prêmios de Vladimir Herzog, este tinha algo em especial para ele, pois Ricardo Kotscho junto com mais 4 jornalistas foram escolhidos entre 500 jornalistas e isso trouxe uma grande satisfação para ele, ao mesmo tempo em que era o premiado da noite, eu também não deixei de ser um privilegiado pela ocasião. No momento em que entrei na fila para ter acesso ao TUCA, local da premiação, reparei em um senhor, segurando a mão de uma criança, ser perceber quem era comecei a desviar meu olhar para outros lados, quando de repente a mulher que estava na minha frente chamou aquele senhor, alvo dos meus olhares pelo nome e sobrenome, “Ricardo Kotscho”, neste momento sem ter qualquer tipo de reação, minha vontade era de pegar o gravador e ir falar com ele, ao mesmo tempo em que não sabia como iria abordá-lo, deixando aquele momento de amizade nítida entre Ricardo Kotscho e a mulher que estava na minha frente terminar para começar a conversar com ele, após o término da conversar eu fui até ele e me apresentei, ele se mostrou muito animado e interessado, o que me incentivou e tranqüilizou, depois de uma conversa descontraída, onde ele contou fases da vida dele muito difíceis e rigorosas, eu o questionei com duas perguntas:


1 Na sua opinião, o brasileiro acredita estar brigando mais por seus direitos? Como o jornalista pode influenciar nesta questão?
Ah! Com certeza! Um exemplo que você tem é na imprensa, antigamente o jornalista escrevia, o leitor lia, mandava carta ou dava um telefonema, era um leitor mais pacifico. Hhoje os leitores participam e os blogs são um exemplo disso! O jornalista escreve um negócio e todo mundo se comunica, as pessoas aprenderam a reivindicar seus direitos, se organizarem. Hoje temos uma sociedade com movimentos sociais muito fortes em todo lugar, houve uma revolução muito grande depois do regime militar.
2 Está em aberto um projeto de lei do Deputado Federal Celso Russomano, que permite que uma pessoa sem graduação exerça a função de jornalista, qual sua opinião sobre este projeto de lei?
Eu acho que esse deputado não é a melhor pessoa para tratar do assunto, essa discussão já dura 40 anos. Para o acesso e o ofício a profissão, tem que haver uma regra em jogo como existe em todas as outras profissões, como por exemplo,com os médicos, agrônomos, advogados... Na minha opinião a melhor que tem é a OAB, que faz um exame de acesso para poder exercer a profissão e que fiscaliza o exercício dela. Acho que tem que ser assim para os jornalistas. Não defendo que para ser jornalista, você precise ser formado em jornalismo, mas para exercer a profissão você tem que ser formado em qualquer outra coisa ou nem ser formado assim como eu não sou, desde que você faça o exame e seja aprovado.

Ao término dessas duas perguntas e da nossa conversa, uma fila imensa de amigos, conhecidos e fãs estavam ansiosos para falar com ele, então o agradeci pela entrevista, dei-lhe os parabéns pelo prêmio da noite e fui assistir a premiação de todos no auditório do TUCA.

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