sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Entregue-se ao Museu Paulista

Havia anos que precisava voltar ao Museu do Ipiranga - pelo menos era assim que todos o chamavam - para relembrar algumas e aprender outras coisas da nossa história. Atualmente o belo espaço leva um nome menos pomposo - Museu Paulista. Tenho certeza que milhões de brasileiros discordam. Particularmente acho que o museu pertence a todos nós, e não somente aos paulistas. Mas isso é assunto para outra matéria.

Em 1884 é contratado, como arquiteto, o engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, que, no ano anterior, havia apresentado o projeto de um monumento-edifício para celebrar a Independência. O estilo arquitetônico adotado, o eclético, havia muito estava em curso na Europa e viria marcar, a partir do final do século XIX, a transformação arquitetônica de São Paulo. Valendo-se de uma das principais características do ecletismo Bezzi utilizou, de forma simplificada, o modelo de palácio renascentista para projetar o monumento.

O lindo jardim com palmeiras centenárias recepciona o visitante e convida para boas fotos. Os primeiros jardins em torno do edifício, formados entre 1908 e 1909, foram projetados pelo paisagista belga Arsenius Puttemans e reproduzem concepções paisagísticas inspiradas nos jardins barrocos franceses, como os de Versailles. Em 1922, esses jardins foram ampliados em 1500 m2, passando a atingir o início da Av. D.Pedro I e na década de 30, sofreram novas intervenções, com o rebaixamento da área em frente à fachada principal.

O rio que cortava a cidade hoje não passa de um corrego poluído e fétido. Uma pena, porque o lugar foi levantado bem onde, acredita-se, que foi dado o Grito do Ipiranga. Na verdade, naquela época, o Ipiranga era uma região pouco habitada, bem longe da cidade, onde se fazia um último pernoite antes de chegar a São Paulo, vindo de Santos. Não passava de um descampado, e nem de longe se parecia com o que vemos no famoso quadro de Pedro Américo, muito famoso, que está lá no museu inclusive. Quem vê a obra pela primeira vez fica impressionado pelo tamanho - 10 metros de largura e ocupa a maior parte da parede que foi feita exclusivamente para ele. Outras imagens podem ser observadas. Fotos originais do Militão e de Santos Dumond dão ideia da sociedade no final do século XIX.

Logo na entrada e fazendo a festa da criançada, carros de bombeiros da década de 1880, ferros de passar de todas as épocas, banheiras e, claro, o momento sombrio de nossa história. Carruagem que eram movidas à força de escravos também fazem parte do acervo. Para você que ficou com vontade de conhecer um pouco mais da nossa história, vale a pena convidar os amigos, namorada ou namorado e equipado de máquina fotográfica, fazer essa visita pra lá de educativa.
A entrada é de R$ 2,00 e alunos da USP não pagam. E nos terceiros finais de semana do mês é GRÁTIS. Isso para o museu, pois o parque é aberto. Então não tem desculpas!
Suellen

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