No troféu imprensa 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, encontramos vários jornalistas homenageados, entre eles Cláudio Barcelos de Barcelos, mais conhecido como Caco Barcellos, que nasceu na periferia e como muitos estava acostumado a violência local, talvez esse tenha sido o motivo de ter se tornado um dos principais jornalistas investigativos do país. Escreveu alguns livros, entre eles Rota 66 e O Abusado – o dono do morro dona Marta (o primeiro criticando a forma de agir da policia paulista, o 2º mostrando a vida de um famoso bandido do Rio de Janeiro).
Começou no jornalismo como repórter da folha da manhã, trabalhou em diversos jornais e revistas do país e hoje trabalha na Rede Globo com o Profissão Repórter. Sempre rodeado de pessoas e muito simpático, Caco disse que tem uma grande expectativa de que a nova geração de jornalistas, irá resgatar a antiga luta contra a tortura, até porque segundo ele hoje temos situações muito piores do que na época da ditadura, como por exemplo, em relação aos números, que segundo ele, durante um período de 24 anos os militares que participaram da ditadura mataram 450 pessoas. Entrando em comparação com os dias de hoje, esse número é a quantidade que o Bope e a policia do Rio de Janeiro matam em questão de três meses. Segundo ele ano passado a policia do Rio de Janeiro matou 1350 pessoas, três vezes mais do que a ditadura matou em 24 anos. Por isso Caco considera que ser jornalista hoje é muito mais difícil porque tortura e execução fazem parte da cultura nacional.
Questionado também sobre qual foi a sensação de ter sido homenageado, Caco disse que é sempre muito importante o reconhecimento, e que esse é um momento importante para a mostrar a história, a luta pela liberdade democrática e pelos direitos fundamentais, de pessoas que se envolveram , algumas em forma de protesto nas ruas, algumas pegando em armas, e alguns que deixaram a vida nessa luta, como Vladimir Herzog.
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