sexta-feira, 21 de novembro de 2008

GLOBO fez a festa do AI-5: "hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa..."



Os atos institucionais foram criados pelo governo do Estado na época da Ditadura Militar para o controle efetivo da sociedade. Quanto mais o povo burlava os atos ditatoriais, os ditadores criavam outros mais rigorosos.

O AI – 5 foi o mais poderoso, pois através dele os militares tinham plenos direitos de censura a qualquer meio de comunicação.Com toda essa repressão e com os atos infindáveis de torturas realizados em pessoas que se opunham as regras impostas pelo governo, as pessoas foram se alienando sobre os acontecimentos do país. Política tornou-se algo temível, que poderia trazer algo ruim.

Na economia, o projeto da burguesia conservadora apoiou o desenvolvimento dependente do imperialismo norte-americano. Tentando dar a ilusão de que o país estava progredindo, trouxeram empresas de fora (Multinacionais), onde investiam maciçamente em telecomunicações, indústrias e outros.

O povo brasileiro nunca teve tantas oportunidades de emprego como naquela época, gerando a migração de pessoas de diversas regiões para os centros desse crescimento. As pessoas tinham o “sonho” de conseguir melhores condições de vida e viram nesses lugares um caminho. Mas com essa grande população migrando, esses centros perderam espaço físico, apareceram as primeiras favelas, e o mercado de trabalho já não empregava tantas pessoas como anteriormente. Então os ditadores e a burguesia conservadora recorreram ao FMI, onde se iniciou a divida externa do nosso país. Crescer junto com a dívida, dependente do imperialismo norte-americano.

Podemos dizer que a luta da imprensa alternativa contou muito na luta contra o AI-5.Os jornalistas de esquerda buscavam incessantemente a verdade, lutando para passar a informação correta para o povo, e muitos sofreram cruéis torturas como conseqüência desse desafio com os militares.

Mas os jornalistas não eram os únicos. Todo e qualquer cidadão que se opusesse aos decretos do Estado corria grande risco de vida, melhor dizendo, de morte.

Os meios de comunicação estiveram muito presentes na ditadura militar principalmente pelas suas constantes batalhas contra o regime e alguns veículos dando um forte apoio.

A Globo Apoiava a ditadura militar, para fala a verdade a globo caminhava junto com a ditadura.


Durante a ditadura, a Globo acobertou a Operação Bandeirantes (OBAN), em que os revolucionários contrários à ditadura eram mortos das mais variadas formas. A Globo acobertou também a Operação Gasômetro, que iria matar multidões, ao ser explodido o gasômetro do Rio de Janeiro, mandando para os ares vários quarteirões, para colocar a culpa nos revolucionários e perpetuar a ditadura militar.

A Globo bancou as falsas notícias dos assassinatos de Vladimir Herzog, Fiel Filho, Stuart Angel e centenas de outros revolucionários, sempre tendo como verdade os laudos criminosamente falsos do médico parceiro da ditadura, Harry Shibata.

E o cinismo da Globo era tal que alguns revolucionários, quando eram presos, após tortura, eram apresentados nos telejornais da Globo, confessando, "espontaneamente" seus crimes contra o país, para "servir de exemplo à juventude revolucionária ", chamada pela Globo de terrorista.

Do outro lado, contra a imprensa comprada pelos imperialistas, como a Globo, e burguesia conservadora que tomou o poder pela força, estava a imprensa alternativa. Cada dia mandavam uma pequena bomba contra as mentiras da ditadura. Uma reportagem que atraiu o público e criou uma forte polêmica foi a divulgação do cálculo mais preciso sobre o valor da dívida externa no jornal "Opinião". Era de US$ 10 bilhões e não de apenas US$ 3 bilhões, como dizia o então ministro da Fazenda Delfim Netto. A reação do governo militar também não tardou. Foi imposto um draconiano sistema de censura e várias pessoas que participavam do jornal "Opinião" -incluindo Gasparian e o jornalista Raimundo Pereira- foram várias vezes detidas e processadas.

A imprensa alternativa enviava bombas com palavras e fatos, impressas com tinta em papel. Mas, os cães de guarda da ditadura reagiam com bombas reais. Em 15 de novembro de 1976, dia de eleição de vereadores e quando o país já entrava no lento, gradual e seguro, processo de distensão política, uma bomba explodiu no escritório do jornal, no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O setor mais reacionário não concordava com o fim do regime ditatorial. O "Opinião" foi o jornal mais censurado pela ditadura militar, todo o material a ser publicado tinha que ser mandado para o escritório da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, de onde era encaminhado para a sede do órgão, em Brasília.

Outro jornal que estava no time dos lutadores contra o regime, pela democracia e pela verdade era o Pasquim. Marcou época, em plena ditadura, pois foi um instrumento de combate à censura com muito humor. Possuia uma equipe de fazer inveja a qualquer um: Paulo Francis, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa,e muitos outros. Belos tempos.Em julho de 1969 nascia assim O Pasquim. Um jornal que tratava as questões mais sérias do Brasil e do mundo com pitada irreverente e bem – humoradas.Uma das finalidades do jornal era o uso do humor inteligente na exposição de visões. Tudo isso nas entrelinhas.

Logicamente que o regime não aceitava quieto todas as críticas. Outra bomba real chegou a ser colocada dentro da redação do jornal e só não explodiu por defeito. Os censores impunham vários cortes na edição do semanário até que fosse liberado para publicação. Ainda assim, alguns números chegavam a ser recolhidos das bancas por algum militar insatisfeito.

O jornal O Pasquim representa o principal exemplo de imprensa alternativa no Brasil e, ao mesmo tempo, é considerado o veículo impresso que mais influenciou a chamada grande imprensa, que até hoje ainda se renova ao adotar importantes modificações introduzidas no jornalismo por aquele, como oralidade.

O Estadão foi o único diário continuamente censurado na gráfica, no período entre 1972 e 1975, enquanto os demais recebiam o índex da censura pelo telefone. O Estadão foi um dos grandes jornais no qual não apoio e nem escondeu os absurdos que os militares faziam na época, embora tenham apoiado abertamente o golpe militar em 1964.

A Folha de S.Paulo colaborou com a repressão mais violenta e abjeta desencadeada no período, na Operação Bandeirantes, em São Paulo, um centro de tortura e assassinato de militantes da esquerda - armada (os "terroristas") ou não (os "reformistas"). A Folha de S.Paulo, empresa apenas comercial que prosperou extraordinariamente durante a ditadura, não graças à receptividade do público e à qualidade do que produziu, mas sim e apenas em retribuição ao incondicional apoio dado por esse jornal ao regime militar.

Vários veículos de entrega da Folha foram incendiados por grupos revolucionários em retaliação a sua iniqüidade jornalística. "Nenhum outro jornal foi mais omisso e colaboracionista com a ditadura militar que a Folha.

Todos esses jornais sofreram fortes repressões e censura muitos de seus jornalistas foram presos, processados,bombas eram lançadas na redações,cortes nas edições dos jornais,muitos eram recolhidos das bancas, isso quando essa perseguição não terminasse na morte de algum jornalista, mas mesmo assim eles tentavam incessantemente mostrar tudo que na verdade estava acontecendo no mundo. Mas os jornalistas não eram os únicos. Todo e qualquer cidadão que se opusesse aos decretos do Estado corria grande risco de morte.

Nós que não vivemos os tempos da ditadura e jovens recebemos visões às vezes deturpadas deste período, deixamos um questionamento. Pense conosco.

Na época da Ditadura os jornalistas colocavam suas vidas em risco para não deixar que o povo fosse enganado, eram criativos, não porque o seu chefe desejava publicar uma matéria inovadora, mas sim para tentar fechar o buraco negro que a censura cavava rapidamente e para suprir o seu real desejo quando se formou jornalista, passar a informação para as pessoas com ética e com a simples verdade!

Mas, e agora no que acreditar? Diariamente ouvimos que não adianta criamos a ilusão de que vamos fazer reportagens sobre o Brasil real, colocar nossas impressões, nossos pensamentos e a nossa indignação em prática nas nossas reportagens, pois deveremos nos ajustar à ideologia e política da empresa que trabalhamos ou que iremos trabalhar.

Então é bobagem e hipocrisia dizer que a censura não existe e que vivemos em um país democrático por que tudo isso é imposto pelo poder econômico e político.

Colaboraram nesta edição:

Daniele De Curtis
Mônica Garcia de Almeida

Talita Dario

André Valério

Guilhermo Romero

Jansen Assef

Igor Savani

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