sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A jornalista Adriana Araújo é premiada com a defesa do direito à saúde pública

Adriana Araújo, 33 anos, é apresentadora do Jornal da Record, que dobrou o Ibope da emissora nos últimos dois anos desde que entrou em 2006. Depois de 11 anos trabalhando na Rede Globo, Adriana topou trocar a Globo, em Brasília, pela Record em São Paulo, pelo desafio profissional e para tratar a filha, que nasceu com uma síndrome ortopédica.

Assim que se formou em jornalismo pela PUC em MG no ano de 1993, participou de uma seleção da Globo Minas e foi contratada como editora de texto em 95. Em pouco tempo, conquistou a vaga de repórter no Jornal Nacional. Nos últimos quatro anos, Adriana esteve como repórter do Jornal Hoje, fazendo entradas ao vivo direto de Brasília. Em 2005, suas entradas ao vivo despertaram o interesse da Record, que lhe fez o convite.

No dia 27 de novembro de 2008, Adriana Araújo foi receber o prêmio de Melhor Reportagem de Tv no “Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos” que chega a sua 30ª edição e premia jornalistas que realizaram trabalhos em defesa dos Direitos Humanos, focalizando projetos que estimulem a consciência do jornalista e seu papel na sociedade.

Com simpatia e inteligência, Adriana Araújo falou sobre sua matéria premiada “Saúde Pública, salve-se quem puder” e os desafios da profissão:

Que dificuldades você encontrou para fazer a matéria, Saúde: Salve – se quem puder?
Não teve grandes dificuldades, estive com uma equipe muito grande que trabalhou, quase 100 pessoas, profissionais, repórteres, correspondentes, equipe técnica do Brasil inteiro. A maior dificuldade foi articular com todas essa equipes para todas trabalharem em tempo integral, pra que pudesse haver uma interação entre as equipes. Mas, é como fazer um trabalho do dia a dia, que dá um pouquinho mais de trabalho e também mais resultado.

Qual foi sua reação ao ser premiada?
Ser premiado é sempre muito bom, né? (risos). É uma sensação muito prazerosa, que traz muitas responsabilidades.

O que é preciso fazer para que a saúde no Brasil seja eficiente?
É preciso investir muito dinheiro, falta investigar para onde tá indo esse dinheiro investido, falta o fato do governo dizer que a saúde é realmente prioridade e que todas as pessoas são dignas de uma saúde de qualidade. Mas, para isso ser possível temos que acabar com a corrupção e ampliar a verba para a saúde.

Como vai a ética e a moral do jornalismo, depois dos casos Isabella e Eloá?
Eu acho que a imprensa, como um todo, deveria refletir a maneira como atuar em casos desse tipo, que tem se tornado cada dia mais freqüente, por causa da comoção nacional, pelo fato do brasileiro ser emotivo. Eu acho que é um momento de refletir. Eu não acho que o jornalismo deve ficar restrito na cobertura de casos assim, casos chocantes, casos importantes. Eu acho que tem que ter uma cobertura sim, mas eu acho que é preciso refletir, até onde podemos chegar. Eu acho que isso cabe a cada um jornalista e a cada empresa de comunicação do país.


Como Jornalista, assim como a maioria da população, você acredita que os Direitos humanos serve só para os bandidos?
Não, eu acho que as pessoas, em geral, só percebem os direitos humanos em casos de criminosos e, por isso, elas pensam: “Agora tem direitos humanos”. É uma frase que é muito usada hoje em dia e eu acho que tem que se refletir a respeito dela. Por que os direitos humanos servem para todos não só para os bandidos.

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