O 30º Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e Anistia começou com um grupo que tocou o hino nacional em samba, falas individuais e agradecimentos de alguns. Podemos perceber a seriedade com que aqueles pessoas presentes tratavam a imagem de Vladimir Herzog, muitos se emocionaram ao falar de Vlado, seu apelido.
Notamos também, a grande quantidade de estudantes que haviam no local, de diversas faculdades e escolas, e muitos jornalistas formados e outros inexperientes que foram para adquirir conhecimento e cultura.
Após a cerimônia de entrega, começou a "guerra" para uma entrevista com o fotógrafo Luiz Gonzaga Alves de Vasconcelos que foi premiado com o trabalho "Índio perde guerra." Primeiro, a dificuldade era acha-lo e depois conseguir falar com ele. A quantidade de alunos era grande e todos queriam uma entrevista com alguém, sem contar os profissionais da aréa que estavam ali, fazendo seu trabalho, e também tinham que entrevistar. Depois de Muita "Luta" conseguir falar com Luiz Gonzaga e fazer minhas humildes perguntas sobre o prêmio e o evento.
Luiz, que importâcia você daria a Vladimir Herzog, na aréa jornalística?
A palavra certa é libertação. Com a publicação das fotos dele morto, as pessoas, a mídia viu que era tudo uma grande farsa, foi o cúmulo de ignorância, as pessoas não são burras e logo viram a verdade, jornalistas se revoltaram e começaram assim a criar coragem para combater o verdadeiro mal do Brasil da época.
Ao tirar as fotos, o que mais você valoriza?
Procuro buscar a verdade, o real sem enfeitar muito, procurar mostrar nitidamente o que estou vendo, porque da mesma maneira que estou vendo e entendendo a situação, acredito que pela foto as pessoas pensaram o mesmo e entenderam minha mensagem.
O que representa p/ você ganhar este prêmio?
Representa uma recompensa para meu trabalho, todo mundo que trabalha quer ganhar um reconhecimento, um elogio nem que seja da mãe, todo mundo adora, e eu não sou diferente, estou super feliz e orgulhoso de mim mesmo, e isso dá muita força p/ gente continuar a trabalhar pela cultura.
No final, percebemos uma grande união entre focas e jornalistas consagrados. Todos presentes foram muito cordiais com os alunos e muito atenciosos. Vemos que esse papo de que jornalistas são rivais é mentira. O Luiz Gonzaga estava cercado de alunos, mas sempre sorria e falava com calma com todos, sempre um de cada vez. Com certeza todos ali já passaram pelo que estamos passando, então não tem porque eles ficarem nervosos e chatos. Eles sabem como é, e sabem que não é legal desrespeitar um colega. Todos estavam dispostos e de braços abertos a todos. Foi um belo aprendizado.
André Polone
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