sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Verde que te quero verde

Se você pensa em um banco toda vez que alguém fala em praça, é porque já provou a sensação de ficar sentado ali sem ter que dar satisfação a ninguém. Só olhando o jardim e deixando o verde fazer a sua parte. Há quem diga que as praças são templos a céu aberto. Concentram uma energia que acalma e convida os solitários a permanecerem em silêncio.Esses cantinhos - muitas vezes descuidados pela vizinhança ou prefeitura - já serviram de inspiração a diversos cantores.
Num giro pelas principais praças dessa megalópole chamada São Paulo, resgatamos os bons momentos já vividos por seus freqüentadores. O sabor de nostalgia é comum para muitos que viveram esses tempos e guardam em algum lugar da memória o passeio no fim de tarde, ou footing, como eram chamadas as voltas em torno do coreto, quando as moças iam em uma direção e os rapazes na outra, só para cruzarem os olhares.
Falar de praça também é ficar com água na boca ao lembrar da pipoca que acabou de estourar, ou do algodão-doce, que derrete macio. E não podem faltar as árvores frutíferas - o pé de pitanga, de jabuticaba ou de amora, que perfumam o ar e colorem o chão. A sensação de colher as frutas no pé só se equipara ao sabor da diversidade.Puxar uma prosa numa praça é fundamental. Os assuntos são os mais variados possíveis. Se está sol ou não, a aula de tai chi chuan que nos dá a impressão de que o tempo passa devagar, tal qual os movimentos de quem a pratica.
Se a praça pode revitalizar a cidade, um cinema ou um teatro podem revitalizar a praça.Quem freqüenta a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, pode conferir um dos cinco teatros que iluminam o local. Eles foram os responsáveis por gerar vida cultural noturna ali depois da revitalização daquela região. E o melhor: moradores de rua foram admitidos para trabalhar nos teatros. A história da praça violenta está mudando. Agora está mais para praça de criação.

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