sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Polêmica sobre uso de células tronco-embrionárias




As recentes pesquisas desenvolvidas com células tronco embrionárias têm sido compreendidas como agressão à moral religiosa, pois alega-se que tais células já possuem vida. Já no campo científico acredita-se que tais experiências sejam de grande valia na descoberta da cura de doenças degenerativas, como o câncer e Parkinson . Com essa divisão de opiniões, várias questões éticas permanecem na área da pesquisa em células tronco embrionárias, como : Seria adequado o uso de embriões produzidos para fins reprodutivos e não utilizados, cujos prazos legais de utilização foram ultrapassados, para gerar células tronco embrionárias ? É aceitável produzir embriões humanos sem finalidade reprodutiva apenas para produzir células tronco ? A justificativa da necessidade de desenvolver novas terapêuticas está acima da vida dos embriões produzidos para este fim ?

Uso de células tronco-embrionárias: Ameaça ou Defesa da vida?
Os estudos relacionados ao uso de células tronco geraram um árduo debate após o projeto e criação da lei de biossegurança (8974/1995), que regulamenta e estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados. Após as primeiras pesquisas referentes ao uso de células tronco-embrionárias, desenvolvidas a partir de 1998, pela equipe do Prof. James A. Thomson da Universidade de Wisconsin/EUA, a polêmica veio à tona novamente e a divergência de opiniões sobre o tema tornou-se ainda mais evidente. De um lado, os que são estimulados pelo pensamento religioso repugnam a idéia, alegando que o bem da sociedade não pode ser obtido a partir da morte de alguns indivíduos, mesmo que ainda em fase embrionária; e do outro os que em prol do desenvolvimento científico acreditam que é válido o uso de tais células, pois somente elas podem gerar tecidos capazes de curar doenças degenerativas.
O foco do debate é distorcido por tratar apenas da pesquisa e utilização de células embrionárias no tratamento de doenças degenerativas, quando, na verdade, a discussão deveria ser em torno da criação de vidas “in vitro”. De acordo com a lei da biossegurança, os embriões gerados e não aproveitados, podem sim ser utilizados para pesquisas cientifícas. Se a ciência pode ser utilizada para fertilização de mulheres que não conseguem ter filhos, porque não para o aumento do tempo de vida de pessoas com doenças ainda sem cura. Qual seria então o motivo para não usá-las ? O propósito inicial já não teria sido cumprido com o sucesso da inseminação?
Há uma outra visão sobre esta polêmica: a vida só passa a existir dentro do ventre materno , fora as células embrionárias são apenas possibilidades de vida geradas em laboratório. Não havendo proibição para a “fabricação” de tais possibilidades, não há mal algum na utilização do material genético restante, desde que autorizado por seus proprietários legais .
E você, o que pensa sobre esta polêmica?

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