No mês passado comemoramos o Dia dos Pais. Mas a fixação de uma data para homenagear o pai começou há um século, aproximadamente. A idéia partiu de uma senhora chamada Louise Smart Dodd, que tinha o desejo de ter um dia especial para homenagear o pai, Willian Smart e tinha vários motivos para ser homenageado. Veterano da Guerra Civil Americana, perdeu a esposa e teve que criar sozinho seis filhos pequenos numa fazenda com o suor do seu trabalho.Nesses cem anos, nossa sociedade passou por grandes transformações. Recebemos dos pais sessentistas uma rica herança. Claro que têm suas falhas, suas limitações. Mas podemos contar muito mais pontos positivos do que os negativos.Só nos últimos cinqüenta, vimos o Brasil dominar o futebol e ser campeão cinco vezes. Mas vimos também a ditadura tomar posse do nosso país como se fosse o quintal de sua casa. Eram jovens bem diferentes, lutando para tirar da boca a mordaça e gritar bem alto “liberdade”. Mas viram calados o jornalista Vladimir Herzog ser enforcado e cair na frente dos seus algozes. Por outro lado, sabemos que a tentativa de calar a razão foi em vão ao ver nascer um símbolo da luta contra a repressão.Nesses últimos cinqüenta anos, a arte brasileira, vaidosa como sempre, mostrou sua face mais delicada e assim surgiu o tropicalismo com Caetano e Gilberto Gil – esse eu prefiro cantando que “politizando”. Tom, Vinicius e João Gilberto com um banquinho e seu violão e assim fizeram surgir a Bossa Nova.Mulheres queimaram sutiãs em praça publica dizendo “BASTA” de repressão sexual com o surgimento da pílula anticoncepcional que trouxe junto a liberdade sexual que todos nós desfrutamos.
Hoje esses “jovens”, são pais cinqüentões, sessentões que tiveram seus filhos no auge das transformações que, acreditavam, mudaria o nosso país. Eram jovens com força de vontade, com determinação. Um pouco despreparados, mas com sede de mudanças.
E nós, jovens ou futuros pais? O que vamos deixar de herança para nossos filhos? Alguns ainda são crianças, bebês ou nem nasceram. Qual o futuro, que nós, futuros pais, deixaremos?Olho para a minha geração e vejo que estamos passando pela história sem acrescentar nenhuma linha. Ligamos a TV e vemos garotas de todo tipo de fruta. O talento? Um belo bumbum, grande e rebolativo.Nossas músicas se resumem em uma única palavra: “creu!”. E assim se faz sucesso nesse mundo alienado e permissivo. Os pais de hoje deixaram de ser alicerces das famílias e passaram a ser o estorvo. Drogas, álcool e todo tipo de alucinógenos para fugir de uma realidade sofrida em cada favela ou comunidade, como muitas ONGs gostam de usar.
Somos roubados a todo instante pela casta política que furta nosso direito à saúde, educação, moradia e, com isso, tiram a nossa cidadania. Mas, não nos preocupamos e na próxima eleição votamos rapidamente para voltar logo para casa e aproveitar o almoço de domingo.Cobrança mesmo só no futebol. Juntam-se dezenas de torcedores insatisfeitos – pais ou futuros pais – e partem para os sopapos com jogadores cobrando mais disposição.Invertemos os valores e nem sabemos para onde estamos sendo levados.Qual o caminho? A resposta esta dentro de cada um quando deseja um mundo melhor para o seu próprio filho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário