Pode perguntar: nos botecos, padarias, bares e festas de aniversário: qual o salgadinho preferido dos brasileiros? A resposta vem na boca: “moço, me vê uma coxinha”?
Pode ser gordurosa (aliás, de uns anos para cá houve movimentos engajados dos grupos pró-saúde e estética que, ferozmente fizeram campanhas anti-gordura e pró-assados e grelhados), mas não tem jeito. A coxinha é, além de “preferência”, literalmente “nacional”.
Não se come coxinha nos Estados Unidos, Japão ou França. Parece-me que em Portugal e na Itália fazem algo parecido. Quantos conhecidos que chegam ao Brasil e experimentam (e amam) a nossa coxinha? Aliás, já ouvi falar de brasileiros que estão ganhando a vida nos States fazendo os nossos famosos salgadinhos brasileiros: o risoles, o pastel, a empadinha e, lógico, nossa rainha de frango!
E o sucesso é tanto que, imagine, pode ser de outros sabores, mas o nome continua sendo de “coxinha”. Morei alguns anos na região norte. Lá vi que o camarão tem “coxinha”! Fui para o nordeste e vi que o caranguejo também tem! E vi até “coxinha” de ovo! E eu que pensei que “coxinha” quem tinha eram só os galináceos...
Diz a lenda que o salgado seria originário do interior de São Paulo, da cidade de Limeira. Diz-se que a Princesa Isabel e o Cond’Eu teriam morado na cidade e seu filho gostava muito de coxinhas de frango. Porém, um dia, na escassez da carne, a empregada teria misturado farinha, para, como dizemos popularmente, “engrossar o caldo”. A receita deu tão certo que o salgado foi levado para as festas da realeza.
Verdade ou não, a receita pegou. Só no orkut existem várias comunidades de amantes do quitute. A mais famosa delas, denominada de “Eu amo coxinha de frango” tem 2800 participantes. Outro dia conversei com uma salgadeira. Sua empadinha de palmito é maravilhosa, mas, adivinhe quem é a campeã de vendas? E já foi até tema de filme...
Seja ela engordurada (daquelas de quase torcer o guardanapo), de catupiry (geralmente trata-se de propaganda enganosa, pois contém uma espécie de requeijão mesmo), coxa-creme, de frutos do mar, de carne moída, de frios... ela conquistou o país. Do boteco ao restaurante, da cantina da escola ao buffett de casamento: o brasileiro (seja de qualquer idade ou classe social) é amante da coxinha. Afinal, quem resiste àquela casquinha crocante, recheada de um frango bem temperadinho? Se vier acompanhada de catchup então...
Agora peço-lhes licença. É que esse assunto me deu uma fome...
Foto do site http://manequim.abril.com.br/culinaria/receitas/receitas_278300.shtml
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